quarta-feira, 29 de julho de 2009

I Concurso de Contos UEG-UnUCSEH-Jundiaí

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Nossa unidade estará realizando um concurso de contos, cujo o envio ocorrerá a partir da data de publicação deste edital (29 de julho) até o dia 01/09. A divulgação do resultado ocorrerá na própria unidade no último dia do VII Seminário de Estudos Linguísticos e Literários no dia 25/09/2009. O evento, assim como a premiação é uma iniciativo do Centro Acadêmico de Letras Crisálidas. Segue abaixo o edital do I Concurso de Contos.


Edital do I Concurso de Contos- UEG – UnUSCEH


Da Inscrição

1. Pode se inscrever qualquer acadêmico que esteja cursando qualquer período do ensino superior de qualquer curso, e que aceite os termos contidos nesse edital.
2. O valor da inscrição é de R$5,00 (cinco reais), pagos a vista no ato da inscrição, sem parcelamento. Não se aceitam cheques, cartões ou similares.
3. Cada participante poderá inscrever até dois contos, lembrando que o valor estipulado, é para a inscrição de cada conto.
4. Para as inscrições presenciais, o valor pago deve ser entregue a Rafael Camargo, aluno de Letras do 1º Ano da Universidade Estadual de Goiás- UnUCSEH (Campus Jundiaí).
5. Para inscrições a distância, os depósitos devem ser feitos na conta:

Poupança da Caixa Econômica Federal
Cindy Michelle da Silva
Agência: 0014
Conta: 013
Operação: 14201-6



Após o depósito, deverá ser enviado para o e-mail do CA de Letras: cal_unucseh@yahoo.com.br, o comprovante de depósito escaneado com o nome completo do autor. Feito isso, espere o retorno (via e-mail) da confirmação de sua inscrição.

Do Envio dos Contos

1. O envio começa na data da publicação deste edital, e vai até o dia 01/09 , não sendo aceitos os trabalhos enviados após essa data.
2. Deverão ser enviados pelo correio, SEM IDENTIFICAÇÃO, uma vez que, os dados do autor (Nome completo; RG; Instituição; Curso; Telefone; E-mail) devem ser enviados para o e-mail: concursodecontosueg@hotmail.com; tendo no campo ‘Assunto’: Inscrição – I Concurso de Contos
3.Os contos devem ser enviados em envelope pardo para o endereço:

Rua 03, nº 149- Vila Santa Isabel
CEP: 75083-410
Mary Clevely Mendes


Do Conto

1. É necessário seguir a formatação que segue este edital, sofrendo eliminação aqueles que não a cumprirem.

-Espaçamento 1,5;
- 2,5 nas margens (inferior, superior, esquerda e direita);
- Fonte Times New Roman ou Arial tamanho 12;
-Máximo de 3 (três) laudas;
-Nome do conto centralizado, em negrito, RG no final do conto, em negrito, à esquerda.

2. O tema do conto é livre, mas deve seguir o critério de ORIGINALIDADE e CRIATIVIDADE e ser inédito.

Da Premiação

1.Os prêmios serão entregues na VII Seminário de Estudos Linguísticos e Literários, com data 25/09/09.
2. Todos os participantes ganharão certificado de participação com carga horária de 5 horas.
3. Os prêmios serão:

1º lugar: Uma camiseta do seminário, um diploma de honra ao mérito, e um “cheque-livro”livro no valor de R$ 50,00, entregue no dia do evento para e somente para o ganhador;

2º lugar: um filme em DVD (o filme ainda será decidido e publicado neste edital), e uma camiseta do evento;

3º lugar: uma camiseta.


Obs.:
- Mediante existência de patrocínio, os prêmios podem melhorar, sem aviso prévio.
- A entrega dos certificados será feita em até 3 (três) dias; após essa data, não haverá como recebê-lo, e não serão enviados por e-mail.

Da Avaliação

1. Os contos serão avaliados por uma comissão formada por alunos e professores da referida unidade: Diney Vasco (4º Ano), Cindy Michelle da Silva (4º Ano), Raphael Augusto (4º ano), Mary Clevely Mendes (3º Ano) e Divino José Pinto (Professor Dr. do curso de Letras).

Obs.: Qualquer caso sobre o qual este edital não trata, a comissão resolverá. Para isso entre em contato: cal_unucseh@yahoo.com.br.

Download do edital aqui: http://www.mediafire.com/?vezdqtqimmq




Anápolis, 13 de julho de 2009.
Centro Acadêmico de Letras Crisálidas

0 comentários

sábado, 18 de julho de 2009

Palestra Gratuita: Atlântida: Mito ou Realidade? (18/07)

sábado, 18 de julho de 2009

Associação Cultural Nova Acrópole de Anápolis

convida você para participar da palestra:

Atlântida: Mito ou Realidade?

Sempre houve um grande interesse por conhecer o passado e a origem da humanidade. Conforme passam os anos esse

interesse se faz cada vez maior, mas ainda, quando se vão desvendando certos mitos aprofundam as perguntas de

sempre: Onde esteve localizada a primeira civilização? Existiu alguma outra cultura, mais antiga e com maiores

conhecimentos que o Egito, A Suméria, Creta, Grécia, etc.? É, então, que frente a essas interrogações surge como

resposta uma palavra, mito ou realidade: Atlântida.

Venha saber o que a ciência e a filosofia falam desse continente submerso há 12.000 anos.

O que a ciência já encontrou como prova da existência dessa grande civilização Atlante?

Será que a Atlântida explica a existência das pirâmides espalhadas pelo mundo?

Reconhecer a existência da Atlântida muda a história da humanidade?

Havia vida inteligente? Se existiu, por que se extinguiu?

Venha, participe e traga seus amigos!

18/07, Sábado, 20 horas

Nova Acrópole de Anápolis

3324-7819

Pç Bartolomeu de Gusmão, nº 55, Qd. 44, Lt. 24

Jundiaí (ao lado do SESC)

www.acropole.org.br


0 comentários

Concurso de redação para adolescentes premia com viagem à Espanha e Paraguai

Estimular o resgate da memória histórico-cultural do processo de
independência do Brasil. Esse é o objetivo do concurso histórico-literá rio
Caminhos da Liberdade 2009. O prêmio será uma viagem de estudos à Espanha e
ao Paraguai. A iniciativa é da Organização dos Estados Ibero-americanos
(OEI) e da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do
Ministério da Educação. O Concurso é voltado para alunos de 16 e 17 anos, da
rede federal de educação profissional e tecnológica que estejam matriculados
em qualquer curso. Os trabalhos deverão ser apresentados entre 15 de julho e
8 de setembro.

O programa foi concebido no marco da comemoração dos bicentenários das
independências dos países ibero-americanos, que acontecem de 2010 a 2022.
Por essa razão, países como a Argentina, Bolívia, Chile, Espanha, Paraguai,
Portugal e Uruguai também estão organizando o concurso para relembrar seus
processos de independência. Na viagem à Espanha e ao Paraguai, os alunos
brasileiros se juntarão a outros alunos daqueles países.

Para ler o regulamento e baixar a ficha de inscrição, visite o Portal
Redação Criativa: http://redacaocriativa.com.br

0 comentários

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Poema: passos! Passos!! PASSOS!!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009
passos! Passos!! PASSOS!!!

Enfim vens,
coração palpita, grita
rasga o peito...
Se aproxima
cada vez mais
e eu córo
o que fazer??
o que faço com meus braços??
devo sorrir??

Cada vez mais próximo
mais perto!
MAIS PERTO!!
E passas...
nem olhas...
E sei que se passas,
é porque não queres ficar.

Por Lorenna Isabella - Letras 1º Ano (UEG - Jundiaí / Anapólis/GO)


0 comentários

O que são histórias em quadrinhos?


Muitos classificam as histórias em quadrinhos como literatura, tanto é que temos Fun Home – Uma tragicomédia em família, de Alison Bechdel como livro do ano ano pela revista Time, em 2006 e American Born Chinese, de Gene Luen Yang concorrendo no prêmio literário National Book Award. Ainda podemos destacar o Pulitzer que o autor Art Spiegelman ganhou em 1992 com uma obra feita em quadrinhos e não podemos esquecer do feito de Alan Moore com sua obra Watchmen, na lista dos cem melhores romances elegidos pela revista Time novamente. Analisando as premiações acima (todos são prêmios literários), concluímos então que as hqs são literatura. Errado!

Paulo Ramos trata as hqs como uma linguagem autônoma, ou seja, assim como o cinema é cinema e a literatura é literatura, as histórias em quadrinhos seriam simplesmente histórias em quadrinhos. Então, como explicar as hqs sendo premiadas como literatura? Podemos dizer que as hqs são literatura e cinema, como também podemos dizer que não o são. Para ficar mais claro, as hqs contém cinema e literatura, mas ela não é propriamente cinema e literatura. Por isso as hqs são chamadas de “nona arte”. Veja o que disse Douglas Wolk no seu Reading Comics – how graphic novels work and what they mean.

Quadrinhos não são prosa. Quadrinhos não são filmes. Eles não são um meio movido pelo texto com figuras adicionadas; eles não são o equivalente visual da narrativa em prosa ou uma versão estática dos filmes. Eles são sua própria coisa: um meio com dispositivos próprios, com inovadores próprios, clichês próprios, seus próprios gêneros, fórmulas, armadilhas e liberdades. (Douglas Wolk)

Scott McCloud juntou os conceitos apresentados por Will Eisner (Histórias em quadrinhos e arte sequêncial) e colocou os quadrinhos dentro do domínio discursivo das imagens estáticas que compõem uma sequência literária (daí surgiu o termo “arte sequêncial”). Entretanto, essa discussão irá permear durante muito tempo, pois ainda há aqueles que classificam as histórias em quadrinhos como literatura. Sendo literatura ou não, as HQs hoje desempenham um papel fundamental nas pessoas, de várias formas possíveis, desde o inocente entretenimento até a mais madura crítica social (vide a charge de Angeli, acima).

Por Rafael Camargo.


0 comentários

MAGOS, BRUXAS E FEITICEIROS: o Bem e o Mal na Literatura de Fantasia


They brought me her heart. I know it was hers – no sow’s heart or doe’s would have continued to beat and pulse after it had been cut out, as that one did.

Neil Gaiman – Snow, Glass, Apples.

Personagens praticantes de magia aparecem em histórias da tradição oral desde que o mundo é mundo. Muito antes que Harry Potter voasse em sua vassoura nas aulas de vôo de Madame Hooch em Hogwarts, feiticeiros e feiticeiras já andavam às voltas com palavras de poder, encantamentos, vassouras e caldeirões nos mitos e contos de fadas, as narrativas ancestrais que deram origem ao que hoje chamamos de Literatura.

E, embora nessas histórias antigas os bruxos e bruxas tenham sido retratados com frequência como personagens malignos, nem sempre isso aconteceu. Bem antes de a ideia de “Mago do Mal / Mago do Bem” ser personificada em Voldemort / Dumbledore, temos feiticeiras odiadas como Medéia e Circe (mitologia grega), magos nefastos como o tio de Aladim (1001 Noites), e bruxas terríveis como a madrasta de Branca de Neve (Irmãos Grimm); mas encontramos também magos benignos como Merlin nos mitos do Ciclo Arthuriano ou Gandalf na obra de J. R. R.Tolkien, e bruxas ambíguas como a da tradição oral russa, Baba-Yagá, que se apresenta ora com um aspecto maligno, ora com um aspecto maternal.


O arquétipo da bruxa, aliás, é caracterizado por essa ambiguidade: sua origem pode estar em antigas religiões matriarcais, em que se venera a Deusa, a Grande Mãe, que tanto pode doar vida como tirá-la. Há inúmeros exemplos em variadas mitologias (Inanna, Ishtar, Astarté, Ceridwen), mas uma das figuras mais arquetípicas nesse sentido é a deusa Kali, do Hinduísmo – deusa da morte mas também da vida, terrível porém necessária à manutenção da existência. Essa dualidade vai permear as figuras literárias que são sucedâneos do arquétipo da Mãe-Bruxa-Deusa através dos séculos (seja em figuras femininas ou masculinas, devemos notar) e que são descritas como praticantes de magia, feitiçaria, bruxaria – machos ou fêmeas.


Podemos começar a analisar como esses praticantes de magia são vistos nas histórias da literatura (e como com o passar do tempo essa visão muda, transforma-se, enriquecendo nossa percepção da ideia de Bem versus Mal) escolhendo dois casos interessantes.


O primeiro caso une a obra O Mágico de Oz, de L. Frank Baum (1900), a seu sucedâneo, o livro Wicked, de Gregory Maguire (1995).


O Mágico é Oz é considerado o primeiro e mais bem-sucedido livro de Fantasia infanto-juvenil dos Estados Unidos. Foi publicado em 1900, quando seu autor, o eclético Lyman Frank Baum, tinha 44 anos. Baum foi avicultor, produtor teatral e caixeiro-viajante, entre outras coisas; e, como ocorre a muitos escritores (inclusive eu mesma), começou a inventar histórias apenas para contá-las aos filhos. Após o lançamento do livro A Cidade Esmeralda de Oz, cujo título foi alterado para O Maravilhoso Mágico de Oz, ele se firmou como escritor e adaptou a história para uma versão musical, apresentada em Chicago em 1902. Daí o musical foi para a Broadway, e o grande sucesso do livro e da peça o levaram a escrever outras histórias baseadas na Terra de Oz.

Magico de Oz

Em 1939 seu primeiro livro foi transformado em uma superprodução da Metro sob a direção de Victor Fleming, estrelando Judy Garland e, embora houvesse uma versão anterior, nos primórdios do cinema, esta foi considerada a definitiva. A grande popularidade da produção fez com que a obra se transformasse em uma das histórias mais conhecidas e parodiadas na história das telinhas e telonas. Os personagens se tornaram parte da cultura oral, virtual, televisiva e cinematográfica: quem nunca ouviu falar no Mágico de Oz, na Cidade Esmeralda, nos Munchkins, na Estrada de Tijolos Amarelos, nos sapatos encantados, nos Macacos Voadores e na Boa Feiticeira Glinda, além dos inefáveis Espantalho sem cérebro, Homem de Lata sem coração e Leão covarde? Quem nunca cantarolou a canção “Over the Rainbow”?


A Terra de Oz é um mundo colorido – em oposição ao mundo cinzento original da protagonista, Dorothy (o Kansas). Sob esse ponto de vista, trata-se de uma Utopia: uma terra cheia de magia, animais falantes e bons sentimentos – veja-se como Dorothy encontra acolhida e bondade pelo caminho – exceção feita, é claro, aos antagonistas como a pérfida Bruxa Malvada do Oeste e monstros ocasionais, como os Kalidahs e os Cabeças-de-Martelo. O Mágico (uma tradução para Wizard, que hoje seria traduzida de preferência como Mago, ou Feiticeiro; veja nota de rodapé. 1 ) é um governante na Cidade Esmeralda, temido e poderoso. Mais tarde descobrimos que na verdade Oz é humano, e não possui capacidade mágica alguma; usa de tecnologia, truques, para impressionar os Ozianos e se manter no poder (é peculiar como, ao optar pela tecnologia como forma de dominação de um povo, ele se assemelha a Saruman, embora o Istar [mago] de O Senhor dos Anéis possuísse, sim, poderes de magia, apesar de que não pudessem superar os de Gandalf, que o combateu antes e depois de se tornar Gandalf o Branco) 2.


No entanto, Oz não é perverso, é apenas uma fraude, um usurpador; e tem medo dos reais poderes existentes na Terra de Oz – as quatro Bruxas, do Norte, Sul, Leste e Oeste. Nesse cenário, tais personagens (suas designações às vezes são traduzidas como Bruxas, às vezes como Feiticeiras, uma palavra menos carregada de carga semântica negativa) dominam os quatro países, ou regiões, Ozianas: Gillikin ao Norte, Quadling ao Sul, Winkie / Winkus a Oeste e Munchkin a Leste. As Bruxas do Leste e do Oeste são malignas, enquanto as do Norte e do Sul são benignas. A única a ser designada pelo nome, por Baum, é Glinda (segundo ele, a Bruxa Boa do Sul).


O clássico de Baum está novamente em efervescência hoje em dia por obra e graça do autor Gregory Maguire, que em 1995 publicou o best-seller Wicked (Maligna), uma versão da história de acordo com o ponto de vista da Bruxa Malvada do Oeste – ou, talvez, fosse mais correto chamar o livro de uma versão ampliada das motivações dos personagens, centrada no relacionamento entre Glinda e Elphaba (a Maligna, ou Wicked Witch of the West do título) e levando em conta uma história anterior da Terra de Oz e um detalhamento das relações entre os diversos povos Ozianos.


Em Maligna, Oz não é mais uma Utopia, um mundo colorido e bonitinho, mas um mundo enroscado em diversidades, que fazem com que as diferentes terras / diferentes raças convivam num delicado equilíbrio político – e onde existem dúvidas, preconceitos, divergências religiosas, problemas com a posse dos meios de produção, luta pelo poder, assassinatos, corrupção, erotismo, censura e terrorismo. Ah, sim, e magia.


Essa intrigante e perturbadora fantasia é uma versão do que teria ocorrido na Terra de Oz antes e durante a visita da menina Dorothy àquele mundo, porém contada do ponto de vista da Bruxa Malvada do Oeste, o que faz com que, como é dito na contracapa do livro, após essa leitura nunca mais olhemos para Oz da mesma forma…


O foco na vida das bruxas é mostrado com detalhes que não existem no livro que deu origem a tudo. Glinda, aqui, será a Bruxa Boa do Norte; Nessarose, a Bruxa Má do Leste; e sua irmã Elphaba, a Bruxa Malvada do Oeste. Tais personagens são desenvolvidas desde a infância/adolescência até o momento em que entram em confronto com o personagem ambíguo do Mágico de Oz (grandes surpresas quando percebemos sua verdadeira natureza…) e da tremenda Madame Morrible – esta sim, a verdadeira malignidade da história, e que não está presente no clássico. A pergunta inicial que Maguire coloca é: por que Glinda é tão amada e Elphaba tão odiada? O que fez as Bruxas serem o que são?Maldade? Bondade? Ou a força onipresente da Propaganda?


Os Munchkins, Winkies e Quadlings são mostrados de uma forma bem diferente do que nas obras originais; e quanto a Dorothy, a garota não é mais apenas a protagonista boazinha que (literalmente) caiu em Oz por obra do acaso – ela aparece como uma inocente útil que se envolve com a luta por poder e liberdade em Oz. Mas, de certa forma, essa noção já estava presente em Baum. No livro original, quando a garota finalmente chega à Cidade Esmeralda (após percorrer a Yellow Brick Road, estrada de tijolos amarelos) e encontra o Mágico, as palavras dele são as seguintes:



– Você não tem o direito de esperar que eu a mande de volta ao
Kansas, a menos que você em troca faça algo por mim. Nesta terra todo mundo deve
pagar por tudo que obtém. Se você quer que eu use meus poderes mágicos para
mandá-la de volta a sua casa, precisa fazer alguma coisa
por mim antes.
Ajude-me que eu ajudo você.


– Que devo fazer? – perguntou a menina.


– Mate a Bruxa Malvada do Oeste – respondeu Oz.


Maguire leva às últimas consequências esse diálogo. Manipulada por Oz, a criança deve se tornar uma assassina. O resultado é que o Bem e o Mal se confundem, e de repente não podemos distingui-los claramente, pois também nós, leitores, somos ofuscados pelas verdes e hipnotizantes luzes da Cidade Esmeralda. No torvelinho que se segue a personagem mais fascinante é Elphaba, a menina que nasce verde e que, sem perceber, vai sendo transformada pelas circunstâncias na figura que hoje temos como estereótipo da malignidade. Seria ela realmente maligna, ou apenas teria optado por manter seu livre arbítrio diante de um déspota? De repente, o Mágico de Oz não é mais apenas um atrapalhado usurpador, tornou-se uma figura assemelhada a um Sauron (de O Senhor dos Anéis), um Galbatorix (de Eragon), um Tirano (de Crônicas do Mundo Emerso) e tantos outros arquétipos do detentor de poder militar, esteja ele à direita ou à esquerda de uma classe média que preferiria permanecer neutra quanto à política. Perdidos na história, em meio à eterna dualidade do Bem contra o Mal, enxergamos nuances inesperadas nas entrelinhas do discurso que envolve esses dois conceitos – em Wicked não tão rígidos quanto na obra clássica, embora, como vimos, até ali já se abrisse certo espaço para uma discussão não-maniqueísta.


A versão da Broadway para Wicked, um musical magnífico, em cartaz desde 2003, é mais leve e menos complexa que a história do livro, mas transborda de ironia e sarcasmo quanto à hipocrisia de uma sociedade ávida por bodes expiatórios (e um dos bodes expiatórios aqui é mesmo um Bode…). Mas são ricas e interessantíssimas as discussões resultantes desse embate entre O Mágico de Oz livro, musical e filme e Wicked (livro e musical, sem esquecermos que diz-se haver em Hollywood a pré-produção uma versão para cinema, prometida para 2010).


Na saída do teatro, na Broadway, em letras garrafais (verdes, é claro), há os dizeres: "YOU ARE NOW LEAVING OZ. REALITY RIGHT AHEAD. / DRIVE (OR FLY) CAREFULLY."


Ao deixar a Terra de Oz, então, e encontrar a Realidade à nossa frente, restam-nos as dúvidas e a necessidade premente de analisar sempre, duvidar sempre, das noções de Bem e Mal que nos são apresentadas, na ficção ou na realidade.


O segundo caso que gostaríamos de comentar, ao confrontar algumas versões de obras de Fantasia que abordam Magos, Bruxas e Feiticeiros, é a história de Branca de Neve. Certa ocasião, para compor uma peça teatral encomendada, li pelo menos dez versões desse conto folclórico, recontado pelos irmãos Grimm em sua forma mais conhecida. Em todas elas encontrei a garota, Snow White (Branca de Neve) retratada como a proverbial princesinha dos contos de fada, bondosa, amorosa e merecedora de toda a felicidade, enquanto sua Madrasta é maligna, dada a práticas de magia negra e traições sem fim. Os mesmos estereótipos que cercam Dorothy e Elphaba.


Originalmente, como ocorre com os contos de fada, esta não era uma história para crianças; com o tempo, porém, passou a ser; e reconhecemos sua origem não-infantil claramente, ao analisar os castigos a que a Madrasta-Bruxa é submetida no final do conto. Eles dariam inveja a um torturador da Inquisição: vão desde a versão açucarada da Disney, em que a tempestade a faz cair de um precipício, até a condenação à morte, que a faz ser levada a uma praça pública e ter de calçar um par de sapatos de ferro incandescentes, para dançar até cair morta.


Podemos encontrar, porém, uma versão dessa história que faz o que Wicked fez a Oz: mostra a versão do antagonista – não mais a Bruxa Malvada do Oeste, mas a Madrasta de Branca de Neve. Em Smoke and Mirrors, uma coletânea de contos do autor britânico Neil Gaiman, o conto Snow, Glass, Apples retrata Branca de Neve como uma vampira – faz sentido, afinal a garota é branca como a neve, tem a boca vermelha como sangue, e ostenta um aspecto frio, gelado, presente até em seu nome.


Então a inversão acontece novamente: o Bem e o Mal se confundem, e a Rainha, a feiticeira maligna que enfeitiça a enteada com uma maçã envenenada e manda arrancar-lhe o coração estaria apenas tentando livrar o mundo de uma gélida sugadora de sangue. O que a condena (a Rainha) a uma morte terrível. Perturbador, não?


Não há dúvidas de que, se O Mágico de Oz e Branca de Neve são hoje consideradas histórias exemplares para crianças, reflexões sobre elas a que obras como as de Maguire e Gaiman nos levam são bem-vindas e salutares. Num mundo em que pessoas e instituições, devidamente respaldadas por leis setoriais ou escrituras ditas sagradas, ainda queimam livros (literalmente), e seus autores são execrados por parcelas da população que abençoam a censura, consideram a tortura a terroristas aceitável e certamente aplaudiriam a execução pública de praticantes de magia / bruxaria / feitiçaria ou quaisquer práticas que eles julguem como tais – é mais do que importante discutir os arquétipos e as noções de Bem e Mal presentes nos livros, suas implicações e motivações.


E está aí uma das funções mais importantes da Literatura Fantástica.


Leituras sugeridas: O Mágico de Oz – L. Frank Baum. Editoras: Ática, Martin Claret, Ediouro, L&PM.Maligna – Gregory Maguire. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.Branca de Neve – Irmãos Grimm. Inúmeras editoras.Smoke and Mirrors – Neil Gaiman. New York: Harper Collins, 1998. Notas:


1. Vejamos as traduções mais correntes para palavras da língua inglesa ligadas aos praticantes de magia: Witch – bruxa, feiticeira. Wizard – mágico, feiticeiro, bruxo, encantador, adivinho. Sorcerer – mágico, feiticeiro. Sorceress – feiticeira, bruxa. Magician – mágico, prestidigitador. Magi – (plural magus) mágicos, feiticeiros ou astrólogos – esta provavelmente a origem da variação Mage, muito usada em Role Playing Games.


2. Tolkien, J.R.R., O Retorno do Rei, SP: Martins Fontes/Lisboa: Europa-América.


VALINOR – por Rosana Rios.


http://www.valinor.com.br/colunas/torech-ungol/magos-bruxas-e-feiticeiros-o-bem-e-o-mal-na-literatura-de-fantasia/


0 comentários

terça-feira, 14 de julho de 2009

CASA - Cadernos de Semiótica Aplicada

terça-feira, 14 de julho de 2009
CHAMADA DE ARTIGOS

Chamada de trabalhos para o Vol. 7, N. 2 — julho a dezembro de 2009

Prazo máximo para submissão: 01 de agosto de 2009

Os Cadernos de Semiótica Aplicada - CASA - têm por objetivo principal debater e divulgar a pesquisadores, docentes e alunos da área, análises semióticas de diferentes objetos e, por meio delas, promover também o desenvolvimento teórico. Em função dessa característica, os Cadernos publicam textos de análise dos mais variados objetos e com diferentes níveis de apreensão. São aceitas contribuições de pesquisadores e professores de qualquer instituição. Os trabalhos submetidos serão avaliados por dois pareceristas.

Os CASA têm edição semestral on-line e seus textos são disponibilizados em formato PDF, legível pelo Adobe Acrobat Reader. Na republicação dos artigos deverá constar referência à publicação original.

O Editor

Site: http://www.fclar.unesp.br/seer/index.php?journal=casa&page=index

0 comentários

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Revista Crioula (USP) - Chamada para publicação de trabalhos

segunda-feira, 13 de julho de 2009
PRAZO: 15 de agosto de 2009

Prezados alunos e professores,

A Revista Crioula, revista eletrônica dos alunos do Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da USP, terá seu sexto número publicado em Novembro de 2009 e aceita, até 15 de Agosto de 2009, colaborações de alunos matriculados nos Programas de Pós-Graduação, stricto sensu, do Brasil e do exterior, com textos inéditos em meio eletrônico.

Incluem-se nas colaborações artigos, contos e poesia.

Os artigos selecionados poderão compor as seções Dossiê e Artigos & Ensaios, a critério da Editoria.

Para ambas as seções, Dossiê e Artigos & Ensaios, somente serão aceitos os trabalhos que contemplem necessariamente uma perspectiva comparatista abordando, no mínimo, uma literatura de língua portuguesa.

Os interessados em apresentar trabalhos para participar da seleção devem fazê-lo, pelo e-mail revistacrioula@ usp.br, enviando em arquivo ?Word? anexo identificado com o nome do autor e da instituição. As normas para publicação estão disponíveis na página http://www.fflch. usp.br/dlcv/ revistas/ crioula/normas. php

Site: http://www.fflch. usp.br/dlcv/ revistas/ crioula/

Atenciosamente,

Revista Crioula - Editoria

0 comentários

sábado, 11 de julho de 2009

Inscrições para o curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Ensino e Aprendizagem da Língua Inglesa

sábado, 11 de julho de 2009
O Instituto Moriá, em parceria com a UEG, abre inscrições para o curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Ensino e Aprendizagem da Língua Inglesa, com o objetivo de criar um lócus de discussão acerca da prática didático-pedagógica sobre e para o ensino da Língua Inglesa no processo de ensino e prendizagem de uma língua estrangeira (língua inglesa) em ambiente formal (sala de aula), segundo estudos advindos da lingüística aplicada e/ou outras ciências como a psicologia educacional e/ou sociologia, incitando ao acadêmico à prática do ensino e pesquisa nesta áreacontribuir para uma formação de um profissional conhecedor das novas abordagens de ensino de uma língua estrangeira (língua inglesa).

Público Alvo: Portadores de diploma de graduação em letras e áreas afins.

Carga Horária Total: 420 horas

Coordenação: Prof. Ms. Francisco Edílson de Souza

Fone para Contato: (62) 3315-8250

Valor do Investimento: R$ 3.600,00 (15 parcelas de R$ 240,00)

Início das aulas: 22/08/2009 às 08h na sede do Instituto Moriá (Av. Santos Dumont nº 329, Bairro Jundiaí)

OBS: as aulas são ministradas quinzenalmente nos sábados (08:00h às 12:00h e 13:30h às 17:30h).

Disciplinas / Professores

Teorias de Aquisição de Segunda Língua - 40h / Profª. Ms. Eliane Alves Azerêdo de Souza

Abordagens e Métodos no Ensino de Língua Inglesa - 40h / Prof. Ms. Francisco Edilson de Souza

Metodologia de Pesquisa Científica - 40h / Profª. Ms. Ivonete Bueno dos Santos

História e Cultura da Língua Inglesa - 30h / Prof. Ms. Marcelo da Silva Pericoli

Introdução à Linguística Aplicada - 30h / Profª. Ms. Graice Helen de Melo e Silva

Fonética e Fonologia Aplicada à Língua Inglesa - 30h / Profª. Esp. Virginia Bueno Paiva Sakai

Avaliação em Língua Inglesa/Língua Estrangeira - 30h / Profª. Ms. Graice Helen de Melo e Silva

Metodologia do Ensino Superior de Língua Inglesa/Língua Estrangeira - 40h / Prof. Ms. Marcelo da Silva Pericoli

Ensino e Aplicação de Habilidades de Língua Inglesa - 40h / Profª. Ms. Barbra do Rosário Sabota Silva Nunes

Introdução a Tradução e o Ensino da Língua Inglesa / Língua Estrangeira - 40h / Prof. Dr. Ariovaldo Lopes Pereira

Trabalho Final de Curso (TFC) - 60h / Todo corpo docente

Atenciosamente,

Helenjusse Macedo Machado da Silva Instituto Moriá de Educação e Desenvolvimento de Tecnologias Av. Santos Dumont nº 329, Jundiaí - Anápolis-GO(62) 3315-8250 / (62) 3315-8251 http://www.institutomoria.com.br/


0 comentários

quarta-feira, 8 de julho de 2009

INSCRIÇÕES ABERTAS - Fórum Mundial de Educação (FME)

quarta-feira, 8 de julho de 2009
O Fórum Mundial de Educação (FME) é um movimento pela cidadania e pelo direito universal à educação. Em novembro de 2009, O FME terá, pela primeira vez, uma versão dedicada à educação profissional e tecnológica. O Brasil será sede do evento, que acontece entre os dias 23 e 27 de novembro deste ano, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, capital federal do Brasil.

Estudantes, professores, pesquisadores, trabalhadores, governos, sindicatos, associações e pessoas da sociedade civil organizada de todo o mundo integram o público do Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica. A expectativa é que 5 mil pessoas circulem pelo evento. A programação será dividida em três eixos temáticos. O primeiro trata de educação, trabalho e desenvolvimento sustentável; o segundo é sobre educação, culturas e integração e o terceiro discutirá educação, ética, inclusão e diversidade.

O principal objetivo da iniciativa é levantar propostas que integrem a plataforma mundial de educação. Criada no Fórum Mundial de Educação de 2007, a plataforma dita princípios como a universalização do direito à educação pública, a garantia do acesso e a desmercantilização do ensino.

Como sede de um evento internacional de educação profissional e tecnológica, o Brasil tem motivos a comemorar. A área vive um momento de franca expansão. Além disso, em 2009 completam-se 100 anos desde que foram feitos os primeiros investimentos do Governo Federal em educação profissional.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/fmept/index.php?option=com_content&view=article&id=145&Itemid=97&lang=br


0 comentários

sábado, 4 de julho de 2009

FLIP 2009 - Parte I

sábado, 4 de julho de 2009
Para quem não sabe, a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) é um dos maiores eventos literários do Brasil, talvez perdendo somente para a Bienal de São Paulo. A Flip é realizada na cidade de Paraty/RJ desde 2003 e já contou com a presença de celebridades ilustres do ramo, tais como Paul Auster, Ian McEwan, Neil Gaiman,Martin Amis, Eric Hobsbawn, além de vencedores do Prêmio Nobel como J. M. Coetzee e Nadine Gordimer. A cada ano, a festa presta homenagens a um grande escritor já morto. Em 2003, a homenagem foi para Vinícius de Morais, em 2004, Guimarães Rosa, em 2005, Clarice Lispector, em 2006, Jorge Amado, em 2007, Nelson Rodrigues, e em 2008, Machado de Assis.

Na edição deste ano, o homenageado será o poeta Manuel Bandeira (1886-1968) e ainda contará com a presença de Chico Buarque, o polêmico e mais conhecido nome do ateísmo hoje: Richard Dawkins, Gary Talese (um dos fundadores do chamado "novo jornalismo" nos anos 60), o português António Lobo Antunes, a premiada geração brasileira de quadrinistas: Rafael Coutinho, Fábio Moon, Gabriel Bá e Rafael Grampá, e mais outros 30 autores.

A festa começou dia 01 de julho e vai até este domingo 05 de julho. Publicaremos neste blog todos os vídeos com a cobertura dos principais debates e entrevistas que ocorreram na Flip deste ano, além de algumas informações extras sobre os respectivos participantes de destaque desta edição.

0 comentários

Ajude o Blog!

Nós do C.A Crisálidas, visando enriquecer este blog com mais conteúdo e informação para todos os estudantes da UEG-Jundiaí, assim como todos os outros interessados das demais unidades e, também, como a internet é um meio de comunicação de âmbito internacional, não restringiremos o acesso a alguns poucos, mas abriremos espaço para todos aqueles que despertarem certa afeição por este blog, estando o espaço do mesmo aberto para essas pessoas.

Caso queira colaborar conosco, basta enviar um e-mail com algum texto produzido por você, seja ele um conto, artigo, ensaio, poema, etc. Nós trataremos de colocar os devidos créditos e caso queira, também adicionaremos um contato (e-mail, por exemplo) para que os interessados em conhecer um pouco mais do trabalho individual da pessoa, fale pessoalmente com ela. O blog será atualizado, além das produções individuais de cada colaborador, com notícias de interesse dos cursandos de Letras. Portanto, se você tem alguma idéia, texto para enviar, crítica ou sugestão, por favor, enviem para rafaelcamargodeoliveira@hotmail.com.

Por enquanto é isso, semana que vem teremos novidades aqui no blog!

Atenciosamente,

Rafael Camargo de Oliveira (Letras - 1º ano - UnUCSEH)

0 comentários